O tempo seco e a baixa umidade do ar contribuíram para a ocorrência de cem focos de queimada (incêndio em vegetação e lotes vagos) em apenas 24 horas, nesta quinta-feira (8), em municípios de Minas Gerais, de acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado. Na região metropolitana de Belo Horizonte não chove há mais de 90 dias.
Segundo o Centro de Meteorologia da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), não há previsão de chuva para os próximos dias na capital e na região metropolitana. Queimadas são registradas em boa parte do Estado, o que contribui para que algumas localidades apresentem baixa umidade do ar, registrando clima análogo ao de desertos.
Nas cidades de Ituiutaba (Triângulo Mineiro) e Passos (sul), a umidade relativa do ar chegou a 10% nesta quinta-feira. A OMS (Organização Mundial de Saúde) preconiza valores considerados como ideais acima dos 60%.
“A principal dificuldade dos combates a incêndios é o grande número de focos em locais bastante diversificados. O Estado tem uma grande extensão territorial, e alguns acessos são bastante complicados”, disse o capitão Frederico Pascoal, da assessoria de comunicação.
O militar não soube precisar, no entanto, se algum desses incêndios teria sido provocado por vândalos. “A gente tem se dedicado bastante ao trabalho de combate aos incêndios. (Por conta disso), o trabalho de perícia, nesse momento, está ficando prejudicado”, afirmou.
De acordo com a assessoria do centro meteorológico da Cemig, uma massa de ar quente que está atuando na região sudeste impede a chegada de frente fria e a formação de nuvens.
Conforme a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, hoje foi iniciado combate a incêndio que ameaça a Reserva Particular do Patrimônio Natural – Santuário do Caraça, localizado nas cidades de Catas Altas e Santa Bárbara (MG).
No local, segundo bióloga responsável pela área, vivem 77 espécies de mamíferos, entre eles o lobo-guará. De acordo com ela, os trabalhos na tentativa de debelar as chamas eram feitos pelos brigadistas da reserva, com a ajuda de voluntários e brigadistas de empresas particulares.
Dois focos de incêndios foram detectados no local, entre o final de agosto e início de setembro, que já consumiram aproximadamente 200 hectares, compreendendo parte da reserva e vegetação existente fora dela.
Segundo a corporação, um helicóptero dos bombeiros e duas equipes de Belo Horizonte, além de 30 brigadistas, estão no local. “A aeronave é utilizada para combater os focos de incêndio, ao transportar água, e também para deslocar as equipes de brigadistas e bombeiros aos locais de difícil acesso”, explicou.