28 de abr. de 2011

Buscas por possíveis desaparecidos em aterro na Grande SP são retomadas

Por volta das 8h desta quarta-feira (27), o Corpo de Bombeiros retomou as buscas por possíveis desaparecidos em um aterro sanitário que desmoronou em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. As buscas estão sendo feitas na avenida Nossa Senhora das Graças, na altura do número 598. Uma viatura dos bombeiros e outras da Defesa Civil estavam no local.


Na segunda-feira (25), o desmoronamento espalhou aproximadamente 450 mil toneladas de lixo, misturado com terra, escorregaram de um dos taludes do aterro, atingindo a Estrada do Ribeiro, onde formaram pilhas de mais de 12 metros de altura, e as margens do córrego Taboãozinho.

De acordo com testemunhas, um carro que passava pela região no momento do acidente foi soterrado. O veículo ainda não foi encontrado. Horácio Peralta, consultor jurídico e ambiental da Pajoan, empresa responsável pelo aterro, afirma que não existe uma certeza de que há pessoas soterradas. Segundo ele, um motociclista que passava pelo local na hora da pane seca (explosão sem combustível) saiu correndo da moto e viu um carro sendo soterrado, com cinco ocupantes.

 De acordo com a Defesa Civil, não há indicativo de que há vítimas no local, mas vamos ver.

Na tarde de terça-feira, a promotora de Justiça do Meio Ambiente de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, Tatiana Barreto Serra, vistoriou a região afetada.

Multa

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) multou a empreiteira Pajoan Ltda em 10 mil unidades fiscais, o equivalente a R$ 174.500,00. A punição aconteceu após o desmoronamento do lixo no aterro sanitário. Segundo a companhia ambiental, o desmoronamento tornou "as águas, o ar e o solo impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde, inconvenientes ao bem-estar público, ao meio ambiente, à fauna e à flora [...] bem como às atividades normais da comunidade".

A Cetesb exigiu de imediato a remoção de resíduos sólidos que deslizaram e a liberação da estrada dos Ribeiros. A Pajoan também deverá construir diques de contenção nas margens do córrego Taboãozinho, que foi afetado pelo desmoronamento do lixo retido no aterro, e um sistema de contenção e destinação dos líquidos tóxicos gerados pelos resíduos que vão parar na estrada dos Ribeiros. A empresa tem 30 dias para apresentar um plano geral de reestruturação e adequação do aterro.

Falhas

A empresa responsável pelo aterro afirmou que há havia percebido uma fissura no terreno na própria segunda-feira (25), dia em que o incidente ocorreu.

De acordo com Horário Peralta, a Cetesb já tinha sido informada sobre a falha e, no momento da explosão, a Pajoan e a companhia estavam discutindo o que seria feito para acabar com a abertura do solo.

De 2001, quando a Pajoan assumiu a administração do empreendimento, até dezembro do ano passado, o aterro foi objeto de 87 autuações por parte da Cetesb (51 advertências e 36 multas), por motivos diversos como disposição inadequada ou irregular de resíduos sólidos, falta de licença ambiental, emissão de odor e lançamento de chorume (líquido proveniente do lixo).

O aterro também já havia interditado pela companhia em 2009, por falta da licença para funcionar.