26 de jul. de 2011

Após salvar mulher, bombeiro vira herói em Bataguassu

Segunda, 25 de Julho de 2011 - 10:30 hs


Uma mulher de 27 anos, que se jogou no Rio Paraná, foi salva nos últimos instantes pelo soldado do Corpo de Bombeiros, Roberto Alexandre Costa, de Bataguassu. A mulher, com depressão e em crise no casamento, ameaçava se suicidar pulando nas águas do Rio Paraná.
Após várias tentativas, ela se jogou de uma altura de 12 metros durante a madrugada de sábado (23), mas logo em seguida ficou arrependida e começou a gritar por socorro.
O soldado lembra os momentos de desespero e conta que no escuro só conseguiu escutar o barulho do corpo caindo contra a água e os gritos de socorro.
"Foi tudo rápido, chegamos e mal tinha montado os equipamentos de segurança quando ela pulou. Escutava os apelos de socorro do seu marido e dois outros no local", lembra.
Instintivamente, o bombeiro pegou seu colete, retirou o coturno, desceu de rapel até a escuridão das águas e começou a nadar.
"Percebi que estava muito longe dela e quanto mais ela se debatia, mais se afastava de mim. Eu só pensava que tinha que chegar nela há tempo e esse era o objetivo da minha vida naquele momento", detalha.
De cima da ponte, o bombeiro também escutava as palavras de incentivo dos companheiros de profissão. Quando chegou até a mulher, o rosto da vítima era um misto de desespero e alívio.
"Ela se agarrou com o colete e falei pra ela ter calma, que nós íamos sair dali. Ela não me disse uma palavra, mas percebi que entendeu e contribuiu muito, realmente ela queria viver", diz.
Enquanto aguardavam o resgate, o bombeiro lembra dos momentos de pânico, em meio ao rio. "Estávamos sozinhos na escuridão e naquela água gelada, e cada vez mais íamos nos afastando da ponte e as luzes das viaturas se distanciavam. Estávamos numa situação real de sobrevivência", conta.
O oficial teve de se desfazer dos equipamentos e da farda, pois já estava cansado com o peso, e ficou apenas com o shorts. "Dizia pra ela que o socorro já estava chegando. Fiquei preocupado com a hipotermia, olhava para os lados e o que via era um mundo de águas e nada pra se agarrar, não podia nadar e deixar ela ali, pensava muito em minha família e na minha filha , conversei com Deus pedi mais um pouco de vida e ele atendeu", lembra.

Enfim, o resgate dos bombeiros de São Paulo chegaram para socorrer a mulher e depois outra equipe foi resgatar o bombeiro.
O militar está a seis anos na corporação e confessou nunca ter passado por situação semelhante. Ele vai receber um elogio por seu ato de coragem.
"Desde que entrei na corporação, meu lema sempre foi salvar vidas, mesmo que com isso tenha que correr riscos. Ser bombeiro é demonstrar amor ao próximo", finalizou. (Colaborou Ollair Nogueira)