18 de jul. de 2011

Rações frias são os único alimentos que os bombeiros recebem durante o evento

Bombeiros a serviço dos Jogos Militares no Rio recebem apenas biscoitos e frutas



RIO

Os bombeiros que estão trabalhando nos Jogos Mundiais Militares não têm direito a almoço ou jantar durante o expediente, segundo o boletim da corporação emitido na última quarta-feira (13/07). De acordo com a publicação, os bombeiros militares que trabalham no evento receberão apenas duas rações frias por dia. A exceção fica por conta daqueles que estarão a serviço das competições realizadas no Maracanãzinho ou na HSBC Arena. Estes terão direito a três rações diárias.
O kit completo da ração fria inclui dois pacotes de 26g de biscoitos salgados, um pacote de amendoins, um pacote de biscoito wafer, uma barra de cereal, uma maçã, um copo de guaraná natural, duas bananadas, dois tabletes de queijo cremoso e três copos de água mineral
Os bombeiros presos após a invasão do quartel-general da corporação, no começo de junho, também receberam apenas rações frias durante a detenção. Na ocasião, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeirio (OAB-RJ) considerou irregular a alimentação dada aos bombeiros presos.

Protestos dos bombeiros por melhores condições de trabalho ganharam o apoio da populaçãoRelembre a invasão dos bombeiros
Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários se aquartelaram na sede do Comando-Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho. Muitos dos manifestantes levaram mulheres e filhos. O Batalhão de Choque da Polícia Militar (Bope) invadiu o quartel por volta das 6h do dia seguinte e prendeu 439 bombeiros.
Os integrantes do protesto iriam responder por motim, danos ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), danos a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro), mas foram anistiados. Dados oficiais apontam que os manifestantes danificaram viaturas, arrombaram portas do quartel e saquearam alimentos.
A situação vinha se tornando mais tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento de um piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo eles, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.